Império Bizantino
![]() |
| DUBY, Georges. Atlas histórico mundial. Madri: Editorial Debate, 1992. p. 58. |
Para custear essas guerras de conquistas, Justiniano ordenou constantes aumentos de impostos, e que, muitas vezes eram cobrados com métodos violentos, essa situação gerou descontentamento e revolta. A mais popular das revoltas contra o poder imperial bizantino aconteceu em 532 no hipódromo de Constantinopla e ficou conhecida como a Revolta de Nika. O estádio estava lotado e os torcedores se dividiam entre os Verdes de tendência popular, e os Azuis, de perfil aristocrático. Verdes e Azuis eram ao mesmo tempo torcidas esportivas e partidos Políticos, e, raramente os dois partidos se união, mas foi isso que aconteceu em 532. No intervalo entre duas corridas os Verdes organizaram uma manifestação contra as altas dos impostos e o abuso de autoridade, os Azuis juntaram-se a eles e marcharam para o palácio imperial aos gritos de Nika! - que significa “vitória” – e o nome da revolta vem daí. Porém o imperador Justiniano ordenou uma forte repressão a essa manifestação, que ocasionou em 35 mil mortos.
I – Código de Justiniano – Compilação das leis romanas desde o século II. II – Novelas – Novas leis feitas por Justiniano. III – Digesto – As leis escritas de uma forma mais simples, para fácil compreensão do povo. IV – Institutos – Um resumo para ser utilizado pelos estudantes de Direito. Como já foi mencionado aqui, a religião cristã exercia forte influência no Império. A arquitetura e a decoração das igrejas dão a sensação de uma presença divina, a cúpula imensa representava o céu, e no interior da cúpula a imagem de Jesus olhava para os fiéis, seja ela em pintura ou mosaico. Outra expressão da religiosidade bizantina era a crença nas relíquias (essas relíquias eram objetos que eles diziam ser santificados, por exemplo, o pedaço da cruz em que Jesus foi crucificado, a túnica de Maria e etc.), eles acreditavam que essas relíquias eram milagrosas e por conta disso, a devoção aos ícones - imagens ou pinturas de cristo ou dos santos - eram um importante elemento da Igreja Bizantina. Os principais fabricantes de ícones eram os monges, que enriqueciam com essa atividade. Diante disso, em 726, por opção religiosa e política, o imperador Leão XIII proibiu o culto às imagens religiosas (ícones) e ordenou a destruição dessas imagens por todo o império. A população bizantina se dividiu entre os que eram favoráveis e os que eram contrários aos ícones, os “iconoclasta” (“icono”, deriva de ícone, “clasta” significa quebrar). Essa disputa ocasionou uma guerra civil que ficou conhecida como “Questão Iconoclasta”, e durou até 843 d.C., quando a Imperatriz Irene restabeleceu o direito do culto das imagens. Com o passar do tempo o cristianismo bizantino foi se diferenciando do cristianismo ocidental (romano): entre os bizantinos, a língua falada na celebração religiosa era o grego, e, entre os cristãos ocidentais, era o latim; os rituais bizantinos apelavam para o sentimento, por exemplo, as passagens da bíblia eram teatralizadas a fim de envolver mais os fiéis, enquanto os romanos eram menos emocionais; Outra diferença é que os bizantinos não acreditavam que houvesse purgatório. Enquanto isso, as relações entre o papado (romano) e o patriarcado (bizantino) foram piorando, pois tanto o papa quanto o patriarca se consideravam dirigente supremo de toda a cristandade. Essa rivalidade crescente entre Roma e Bizâncio acabou levando ao rompimento dos laços entre elas: em 1054 a igreja cristã se dividiu em duas: Igreja Católica Apostólica Romana, chefiada pelo papa, e Igreja Cristã Ortodoxa Grega, dirigida pelo patriarca. A separação entre as duas igrejas ficou conhecida como Cisma do Oriente. Conforme o Império Bizantino foi expandindo suas fronteiras, o cristianismo ortodoxo dos bizantinos também se expandiu, diante disso, alguns povos converteram-se ao cristianismo ortodoxo, por exemplo, os russos (deram origem a Igreja Ortodoxa Russa), os egípcios (deram origem a Igreja Ortodoxa Copta) e entre outros. Já a arte bizantina absorveu elementos gregos, romanos e orientais, mas sua singularidade está na forte inspiração religiosa, por exemplo, ao ser ilustrado a figura do Imperador, a Imperatriz e algumas autoridades do império, era bastante comum colocar auréolas envolvendo suas cabeças, isso servia para dar uma ideia de santidade nesses personagens. Entre os bizantinos, a principal expressão artística é o mosaico, esse não tinha função apenas decorativa, visava também ensinar as pessoas que não sabiam ler, passagens importantes da bíblia. Já no campo da arquitetura, o melhor exemplo é a Basílica de Santa Sofia (Igreja da Sagrada Sabedoria ou Hagia Sophia), uma construção que mescla arquitetura grega e oriental e foi construída no século VI por Justiniano.
| Mosaico da Virgem Maria entre Justiniano (Com a Hagia Sophia nas mãos) e Constantino (Com a cidade de Constantinopla nas mãos). Hagia Sophia em Istambul, Turquia. |
Referências Bibliográficas
O Iconoclasmo Bizantino: problemas e perspectivas. Disponível em: http://www.nehmaat.uff.br/revista/2015-2/artigo05-2015-2.pdf
O Basileos, o Imperador e o Patriarca: a sinfonia Bizantina na configuração dos ritos. Disponível em: https://www.snh2017.anpuh.org/resources/anais/54/1491313243_ARQUIVO_OBasileos,oImperadoreoPatriarca.pdf

Comentários
Postar um comentário